Toda vez que me sento
e me atento ao que penso
me elevo à um contexto
sem forma ou pretexto
Vejo meu ser tornar-se lápis e papel
uma abelha tornando-se favo de mel
criador ou criatura?
ora escritor, ora escritura
me embriago com minhas idéias
fazendo do papel a mais bela janela
criando molduras para meu quadro viceral
me desprendendo da ética, estética e moral
ouço a sinfonia noturna
festivamente moribunda
sinto cada pulsar em meu peito
como uma pequena nota de um grande concerto
fecho os olhos e me vejo
acomodado, relachado, alienado
me observo, me renego, não entendo
sou eu o meu próprio desfecho?