quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Morada

Na morada
onde moram os segredos dos sonhos
onde sonho em mergulhar desejos
Na morada
que traz no ventre a segurança
e no beijo a tranquilidade
Na morada
que me meu peito carrega
ferve o sangue e evapora saudades
Na morada que tive
me livrou do mundo
me apartou da realidade
foi casa, lar, felicidade...
Mas quando só
acordei na morada
e não havia mais chão
não havia mais teto
não havia mais morada...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Salve povo...
Seguinte pessoas que passam por esse universo vez ou outra, estou postando algumas coisas num outro blog que criei, postando um pouco do meu olhar sobre essa sampa que sangra/chora diariamente, mas poucos percebem... continuarei postando algumas coisas no universo, então fiquem a vonts pra passear num UNiverso ou numa TerradeGrua....

Axé...


O link é esse:

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

1 minuto é muito pouco

Passou tão rápido que não percebi
alguém gritou e não ouvi
alguém morreu
alguém nasceu
alguém chorou
nossos olhos se viram
e alguém mais morreu
uma nova assinatura
um novo despejo
alguém gozou
li uma poesia
uma nova lei se aprovou
nossos lábios se tocaram
e o minuto se passou
tantas coisas
tantas dores
que o minuto contemplou
nos planos
meses e anos
o futuro!
Horas pra executar
dias pra viver
mas em 1 minuto é que se faz o agora
e o que virá trará a certeza
de outros dias
de outras horas
de outros minutos...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

É Terno!

Foi num abraço estreito
que seu suspiro me ensinou

Aquele amor profundo
que como rosa desabrochou

Tornou morada o peito
e feito rocha se eternizou...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A menina dos acasos...

Veio de longe
do alto do morro
desceu pro meu quintal
maracatuzando sua meninice
trançou olhares
bordou o infinito em tua retina
no seu universo me fez presa

Linda e de voz serena
soprou belezas em meus ouvidos
foram transes, foram hipnoses
delírios e devaneios
goteirou felicidade onde só havia pranto
eternizou cada momento
cavou e semeou reticências

Dama da noite
preencheu-me com teu aroma
suas mãos de pétalas me guiavam
na cadência de suspiros e prosas
me trouxe o ar pra mergulhar
me trouxe paz
e partiu...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Monólogo

Não bastasse a ingenuidade do saber,
seguem risos soprados com medo
rios de calafrios no instante em que o dia se faz, se acaba
segue a dislexia lendo a vida em notas frias, notas mortas
resta assim o medo da morte, escondendo-se na intensidade do viver, do não deixar pra amanhã...
Resta assim a incompreensão do lar, o descaso social, a vida sempre às margens...
Mas noite após noite o dia morre, levando com ele uma falsa sensação de vida.
Amanhecerá novamente, novos sonhos acordarão, novos medos, novas falhas no existir
O mundo continuará girando sua roda da fortuna, seu alavancar de caça-níquel
e eu... eu continuarei a monologar minhas meias verdades diante dessa mentira inteira, semearei sonhos mesmo que essas sementes só existam em mim.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Amor proibido

são aqueles versos guardados na garganta
a fome ante o prato vazio
a sinceridade da ilusão
o calafrio no estômago e o calor nos lábios
a loucura apaixonante
é afogar-se em cada suspiro
é saudade do que nunca existiu
é o desejo da carne
é imaginar como seria...
Amor proibido
é sorvete em banho-maria
é namorar a solidão
mergulhar em destilados
deitar em nuvens quando se vê o sorriso amado
é sentir a eternidade em cada minuto de silêncio
é ter vontade de arrancar o coração do peito à unhadas
é desejo de gritar, abraçar, chorar...
Amor proibido
é a dor gostosa de deixar doer
mas que quase mata
quando a razão nos proíbe de viver,
à dois...

sábado, 25 de julho de 2009

Um caldo servido à dois.

Quando o peito em chamas clama pela voz
palavras viram brasa, salpicadas de saliva
Dizer em versos, talvez o excesso
Aquecer os ouvidos
Desenhar com carvão o céu de cada boca
mar de estrelas borbulhando pensamentos, desejos
Então a língua quer ser caneta
pra passear no papel que é tua pele
pura e delicada
versejando prosa e possibilidade
na poesia do seu corpo e alma
Assim é ela, caneta, língua, bailarina
sonhando em deslizar no ardor de seus suspiros
cheios de dengo, de dendê
Me inspira o sabor do teu perfume
e na tua fumaça, delicio fantasias
que evaporam em meu olhar
lubrificando as janelas do meu mundo
Seu sorriso é fogo, incêndio, fogarél
fervendo meu coração, esse caldeirão de sentimentos
que parece estar sempre vazio
pois falta seu tempero, meu recheio de você
que almejo aconchegar na concha do meu abraço
e assim terminar essa receita rimada
pra matar minha fome de ter
com esse caldo de nós dois.

domingo, 5 de julho de 2009

Noturna

Lá vem a Negra
cirandando sobre o dia
com seu manto a cobrir o sol

Lá vem a Negra
cantalorando em silêncio
sua essência lunar

Lá vem a Negra
estrelada e abençoada
jovem milenar

Lá vem a Negra
Mãe de todos os sonhos
sapiente e sublime

Cuida-nos Negra,
enquanto dormimos
sob tua segurança

Que teu gingado,
jamais revele o segredo
de sua existência

Cegue quem não te respeitar
atormente quem ousar
destruir sua plenitude

Ah... Negra!
que tua beleza ostente-se
pelo o infinito

Que teus filhos
aprendam a se benzer
com tua chegada

Que teus lençóis Negra,
sejam sempre respeitados
e dignos de louvor

Que todo ser
saiba que te deve a vida
e à honre por isso

Negra,
jamais deixe que qualquer homem
te ofusque com um brilho artificial

E saiba
que quando nascer o sol
seus filhos ainda sonharão com você

Pois sua força Negra
move o ontem, o hoje
e eternamente o amanhã.

domingo, 14 de junho de 2009

Das mortes que vivi...

Não resta muito
além do pesadelo que o sonho antecedeu.
Todos os planos mudados,
os desencontros calados.
Sozinho,
como o último homem da terra
que namora a lua tentando dormir
e acorda vendo-se como sol
queimando em fúria e solidão.

Vidas passadas em apenas uma
um enterro a cada mudança
o que fui, o que precisei ser
o que queria, e o que jamais consegui.
Ainda aterrorizado pelo escurecer dos sorrisos
que brilhavam a cada dia em minha mente.
Lembrança dos que amei
perdendo-se nos velorios que os ofertei,
sem saber que cavava minha própria sepultura.

Onde está aquela vida que planejávamos?
Aquele adulto que tanto quis ser um dia?
Onde está o futuro 2000?
Pra onde foi o adulto sonhador e o velho brincalhão?
Cada frase pensada enquanto o feijão borbulhava na lenha?
Onde estão?
As respostas para as dúvidas! Quais eram mesmo?
O mundo sem fronteiras?

Me diz, cadê o pai que você ousou sonhar em ser?
O amigo pra vida toda?
O fã de Raul, Metallica, Gessinger?
Lembro da sua baixa estatura e bochechas gordas...
Mas não as vejo mais,
depois que as enterrei junto com quem fui
Mortas, como você, em seu estado de coma...
Calado, confuso, calmamente perdido...

Onde está meu velho,
aquele garoto?
Nascente de vida simples e empolgante
que fluía feito rio para os mares que são os outros corações?
Aquele eu que me completava,
e dizia que ainda havia muito pra se viver?
Mas que agora,
não passa de um fantasma que vejo
toda vez que te olho no espelho...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cadente

Venha mar
na areia me encantar
esse teu canto manso
de onda em onda me faz sonhar
onde o céu encontra as águas
vejo as estrelas bailar
Uma, mais revolta
à terra quer se jogar
parte em despedida
com meu sorriso a carregar
Inerte, na noite fria
imagino como seria
se essa cadente menina,
minha vida,
pudesse guiar
ao infinito, além mais
onde razão alguma
ousaria nos parar...

domingo, 12 de abril de 2009

Dana

Emaranhado de versos e guerrilhas
o poeta, a poetiza
o guerreiro, a bailarina
o musico, a batalhadora
Lançam ao vento suas rimas
seus olhares, seus amores e dores
Ele daqui ela de lá
ela é a pena e ele o tinteiro
pintam sorrisos
sonham acordes
A geografia os divide
eu apenas assisto
A menina deslocada
O rapaz vislumbrado
a noite é longa
sem morada ela não o quer incomodar
já já o dia chega, ele cedo irá acordar
ela se preocupa
pede abrigo
enquanto isso ele e eu apenas concluímos:
É amigo!
Mal sabe ela que a manhã que chega depois de uma noite em claro
pode ser mais cândida do que o alvo luar....

segunda-feira, 30 de março de 2009

E se...

E se essa manhã nunca chegasse
se essa noite reinasse a eternidade
se fosse eterno nosso abraço
ainda a amaria?
E se os carros fossem astros,
as estrelas perderiam o brilho?
Se todo barro fosse ouro
se toda riqueza fosse abstrata
se essa fé fosse talhada
se o sol apagasse seu fogo
se eu soubesse o tende a vir
me arriscaria tanto?
Se meu grito estourasse em meio ao silêncio
quem me ouviria?
se a vida fosse breve feito o dia
se minhas duvidas duvidassem de mim
se você não me quiser
o que irei fazer?
E se... E se... E se...
E se não terminar esse poema
e se termina-lo, terei obtido alguma resposta?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mensageira...

Mensageira das emoções
a ponte entre nós se solidifica
duas ilhas, o mesmo ar, o mesmo mar
distantes, apenas os corpos.
Um dia de sol
uma manhã anil
um lindo dia
ela me dizendo pra vive-lo
sua vontade de estar longe do capital
de se encontrar com a vida, com ela, comigo
responde ao meu desejo de encontrar-me nela
diante Iemanja longe desse corriqueiro vazio.
Somos ilhas pisadas por alguns
somos verdades na boca de todos
somos desbravadores
prontos pra nos conhecermos
num abraço caudaloso
seremos o incerto
o primeiro e o terceiro
a estabilidade
a agonia gritada na boca adolescente
a sabedoria de quem já viveu aventuras mil
seremos a história na geografia dos nossos corações
e na eternidade das ocasiões
um breve raiar de luz afundado na memória do existir.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Terreno...

Com o cuidado de quem pisa em ovos sigo meu caminho
mar em fúria é meu pensamento
na tempestade ácida que não molha minha carne
sou o sol evaporando a água por amor

Terra de ninguém é esse lugar onde vivo
me escondo, me acalmo...

A partir de ontem
sem abaixar a cabeça, olhando nos olhos
sentindo o bafo daqueles que se dizem verdadeiros
enxergo a veracidade da mentira que há em qualquer líder
só quem conhece o cheiro de terra molhada sobre o asfalto
sabe reconhecer-te mundano e livre.

Enquanto a ira caudalosa me sorria
me dei à terra que sempre foi minha e por muito negada
veredar o solo do conhecimento é minha alforria
tocando meu eu fazendo folia
vou pra guerra sendo verdadeiro
dançando ciranda por fim serei criança.

Aos que se sentem superiores
aos que me negaram direitos e amores
aos que demarcaram seu imaginário território
esses sim, sentirão o arder do caos imposto à mim
quando feito curisco alumiando a fumaça cinza
negarei aos céus voltando pro chão
sem me alienar ou cercar minha razão
e mesmo após meu fim falharão quando tentarem
me separar do lugar onde vivi
pois sou parte dessa terra como ela é parte de mim!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Navegando...

Desancorada a canoa segue o fluxo das águas
o rio é tenso, mar bravo de água doce
eu ao relento, inebriado
ouço os cânticos da correnteza
desacorrento meu espirito
a névoa se dissipa
o ar é leve e fresco
a embarcação dança o balanço fluvial,
estou em paz.
O rio continua me guiando
agora sua superfície é límpida
com a ponta dos dedos deixo o rastro
que forma pequenas ondas
dissolvido, um espelho se cria em meio as folhas
olho d'água me mostrando quem sou
árvores de ponta cabeça,
o céu está sob mim.
As folhas se despedem com frequência,
contra a nascente sigo
ainda não sei qual o destino,
toda margem é terra firme
não sei onde ancorar.
Um frio me toma o peito
já não vejo nada
tudo é tão abstrato e escuro
imperceptível é minha força diante minha angustia
não estou só.
Animais hostis vidram seus olhos e rugidos
desejando meu intelecto,
por um instante de lucidez em pleno desespero
meu coração me leva à um lugar onde pensamento algum me tirará do prumo.
A canoa continua a bailar
preciso sair dali
me afogando com o ar que pesa em meus pulmões
vejo minha salvação.
Diluído é meu esclarecimento mente à dentro...
Há remos na embarcação,
independente de pra onde o rio siga
de agora em diante, são eles que me darão a direção!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Gravidez...

Nasceu em mim
acalentei
sonhei nosso futuro
imaginei como seria
a cada dia tomava mais meu espaço
primeiro o desespero
depois o desejo
a necessidade
cantei pro seus sonos
fomos um por muito tempo
veio ao mundo
amamentei
criei
tentei educar
o tempo foi passando
a criança se tornou adolescente
adulta foi pra vida
me deixou sangrando
quando em lágrimas me disse:
desculpe amor,
mas eu sua metade
decidi que agora é hora
e eu parto...
e então meu amor morreu
diante a possibilidade de ver outro nascer!