sábado, 17 de agosto de 2013

Preta

O Preta
me mostra os caminhos do agora
com a sabedoria de quem só vive uma vez
me de a coragem que preciso pra seguir
esse jeito de bater de frente
malandragem dos nossos antepassados
Herculanos
firmeza no rebolado, que na vida
nem sempre o samba é alegre
Preta criadora
nos vacilos e nas vacinas
sempre um novo jeito de sacudir a poeira
dar a volta por cima
criou os filhos como quem rompe as amarras
neguinha ligeira
escancara o cativeiro das angustias da gente
Esperança
preta
Dona Lourdes
dou graças por pertencer a ti
mas me ensina preta
a ser forte como teu grito
a ser vívido como o cheiro dos teus cabelos
a ser verdade como o tom da sua pele
mostra pra esse vagabundo
no silencio do seu olhar
toda a verdade que o tempo escondeu
esquenta na frigideira um tanto de mexido
bota um arroz, prepara um café
separa uma colher a mais
e ensina pra tua neta
que dignidade preta
é importante como o ar
que cabeça erguida 
olho no olho e pulso firme
pra nóis é seguro de vida
coisa de história talvez
Preta
ensina pros filhos
que liberdade
é mais do que um acordo civil
que migalha não enche barriga
nem alimenta o coração de ninguém.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fluido...

Daqui onde céu e mar se encontram
observo o que restou de nós
na garganta o grito que ainda não se cala
no peito aquele vazio que a tarde visita
saudade
No ar, o cheiro de tudo que é novo
os caminhos, os domingos, os sorrisos
no chão os mesmos pés orientando a pisada
bucolismo maloqueiro...
Aqui, onde me encontro agora
faço tempo pro dia não virar hora
no suor o mesmo sangue
na saliva a mesma fome
E o morro me olha,
e me vejo morro
no vento que em mim passeia
noticias de outrora
daqui onde tempestade me recria
deságuo corredeira
lagrima fria pro mar que não se finda em mim...
 

sábado, 3 de agosto de 2013

Senhoras e senhores
cuidado!
a vida é tão séria
quanto o sorriso de uma criança