sábado, 29 de novembro de 2008

Só isso...

Da tua boca quero o fel
pra quando beija-la reapreciar o gosto do mel
quero no teu olhar sentir a ira
que é pra quando sorrirmos
fazer brilhar em tua retina nossa alegria
o nosso amor quero que seja brasa
pra que o carvão de nossos corpos reacenda constantemente a chama
quero-te fada e bruxa
ser teu norte e você minha bússola
quero que nessa peleja entre o céu e o inferno
tenhamos motivos pra sempre encontrarmos uma pontinha de paraíso
quero que sinta duvida
que é pra reconquistá-la diariamente
quero que repare na beleza de outros
pra que tenha certeza de que o que te agrada está em mim
quero que nossa ilusão insista sem resistir
pra que a realidade possa ser vista
quero contigo entoar canções no mesmo tom
quero que seja meu e teu nossos corações
quero do teu lado temer
pra que na chegada de cada manhã
ver-te acordar e consolidar a certeza de que fomos felizes
quero que o sol nos queime
pra poder ser tua e você a minha noite iluarada
quando necessário ser teu guerreiro
quando não, ser teu cúpido
flechando-te com gestos e palavras ao pé do ouvido
quero-te forte e frágil
quero-te meiga e má
porque se um dia nossa relação se findar
terei a certeza de que foi verdadeira.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Lunestro

Nessa noite lancinante
acalente meus sonhos
em tua alvura manta,
capture meu sono
com teu engodo reluzente.

Cândida menina,
sorri e ironiza
minha inercia de fim do dia.

Amo-te castamente
semente dos tempos.
Imaculada Lua,
senhora dos sentimentos.

Noite à dentro,
és livre desse mundo de horrores,
mas prefere luzir à terra
guiando sonhadores.

Eu diante à ti,
difuso em fim.
Uivando versos
por um minuto,
universo.

És então meu satélite
cintilando o estro e o resto
que pulsa em minha veia
quando o crepúsculo de cetim
anúncia que vinde à mim
intimidando-me à dormir.