sexta-feira, 13 de setembro de 2013

um bom lugar...

hoje trovejou um algo que o tempo fez vapor
frente aos olhos
a lembrança dos cantos,
cantigas de chuvisco
vem da rosa esse balé de letras
enxovalha a alma da gente
com delicadeza e sabedoria
o jogo que os homens criaram vira ciranda
na ponta da língua o acido da saliva que recria
tempestade
recita toró
trovão é o grito febril e a alma exala: Liberdade
relampiado meu pranto vem 
nada a mais dos tantos outros alem de mim
é raio, é foda
na quebrada ainda lembro das gudis
das pipas, dos parças, marolas
e longe no morro se vai
a poesia
bom jesus, pirapora proteja
saravá meu panelafro
esse mangue ainda vive
longe do sertão, há esses domingos
de afonsos, bentos, celsos
na bera do córrego, deságuo favela
em seus caminhos à M Boi
sta edwirges e figueiras grandes
cai cai num jardim das flores
onde tudo se refaz,
onde todos fazem morar
nem que seja um cadim
baguio loko essa quebrada
tantos que vivem em vão
tantos que se foram
tantos que riram com zés, vitors, correias, vals
vejo aqui onde estou agora
com os olhos fechados
o cheiro dessa gente toda
guerreira,
maloqueira
quando penso em seus caminhos
resgato minha pisada
e então oceano saudade
nesse samba da cultura
meu coração pulsa
então imaginando casa
me inclino e concluo:
!Oooo lugarzim