segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Intrínseco poema.

Eu escrevo minhas angústias
relato passo-a-passo meus desejos
De estudos do universo
à translações poéticas
Tornei infinita minha vivenda.

Com os pés na realidade
tateio o ar à procura dos meus sonhos
lanço ao vento palavras e pensamentos
Me procuro, me acho, me despeço de mim.

Sou corredeira
não me acostumo com mesmíces
Pra alguns sou passado
pra outros esperança.

Carrego o fardo das tristezas que causei
e as lembranças dos sorrisos que ganhei
Imprevisível
Não tento prever mais nada do mundo, nem da vida, nem das pessoas
Das batalhas trago minhas cicatrizes e nenhuma medalha

Já fui amado e já fui amante
Hoje sou o que a vida me tornou
Ora poeta ora escritor
ora ator ora espectador.

Quis mudar de vida
quis mudar o mundo
quis mudar as pessoas
Agora quero apenas seguir meu caminho
e ter a honra de olhar pra traz
pra ver a felicidade daqueles a quem deixei meu sorriso.

E quem sabe assim ser bobo
ser guerreiro, ser plebe
ser músico, mágico e bruxo
de um reino que dispensa coroas
Meu próprio reino, um reino em mim!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Encontros e desencontros, a eterna construção de Zé e Mazé...


Foi numa troca de olhares que tudo começou, a timidez daqueles dois não escondia o desejo de se abraçarem. Sorriam por tudo e fitavam-se tentando disfarçar o recíproco interesse, até que durante a observação de retinas estagnaram-se por alguns segundos, que antecederam tudo o que estava por vir. Tornaram-se íntimos desde então, começaram uma conversa sem era nem bera, ele querendo passar-lhe a imagem de um rapaz sério e culto e ela apenas contendo sua timidez com sorrisos e frases curtas que raramente davam sequência ao assunto. Ele transpirava querendo tocá-la, ela o olhava e rapidamente desviava sua atenção ao chão, nesses longos minutos juntos ele fez júz a sua adolescência, arriscou uma cantada típica de um cara totalmente inesperiente: "E ai será que rola da gente ficá?" ela sem hesitar o respondeu com sua meiguice de menina enquanto balançava a cabeça positivamente: "Ah...Rola!" e assim aconteceu o primeiro beijo de Zé e Mazé, um beijo adocicado e puro que somente aquelas almas puderam sentir. Ele sem querer decidiu que ela seria sua princesa pro resto da vida e ela apenas achou legal ter beijado o tal Zé. Aquele domingo foi abençoado pra ele que na segunda decidiu encontra-la mesmo tendo que passar o dia todo sem comer nada, assim seguiu seus encontros até que no fim da mesma semana a gata lhe mostrou as garras pela primeira vez dizendo que era melhor parar por ali, o pobre Zé ficou desolado mas entendeu o desejo de sua Mazé. O tempo passou Zé decidiu viver, se apaixonou foi trabalhar queria esquecer Mazé e conseguiu até que o destino novamente os colocou no mesmo caminho, Mazé havia encontrado Zé numa lista qualquer e eles que há tempos não se viam decidiram se encontrar novamente. Foi num show de rock nacional em outro domingo à tarde que eles se reviram, mudados pelo tempo ele apresentava uma aparência semi-adulta e ela o ar adolescente de seus 15 anos. Se beijaram e sem ao menos se falar retomaram a velha história desta vez uma que não seria tão fácil de se perder, Zé estava vislumbrado com a beleza e sutileza de Mazé e ela um tanto decepcionada com a aparência do pobre rapaz. Ele decidiu que dessa vez não a perderia e então a batalha foi iniciada, Zé estava decidido a conquistá-la e durante alguns meses fez tudo o que pode pra que o inevitável acontecesse, ele já a amava e dizia que faria com que ela sentisse o mesmo. Foi num 7 de Setembro, dia da independência que o pedido foi feito e eles tornaram-se totalmente dependentes um do outro. Ainda com encontros as escondidas Zé disse pela primeira vez que a amava, Mazé novamente mostrou suas garras dizendo que não era recíproco aquele sentimento e a única coisa que conseguiu foi fazer o coração do seu amante pulsar mais forte impulsionado-o a conquistá-la. Sem saber iam firmando o alicerce de sua relação, a obrigatoriedade da reconquista. E assim foi, o amor pairou na vida de Zé e Mazé os amigos já sabiam dos dois e então decidiram que as famílias também deveriam saber, Zé mais uma vez teve que se provar corajoso pois precisava falar com o pai de sua amada e de todo comentário que ouvia sobre o tal homem nenhum era favorável aquele diálogo que teriam, mas ele foi num misto de coragem e medo e mais uma vez obteve vitória na sua saga ao lado de Mazé, o namoro estava aprovado. A felicidade era visível e contagiante os dois pareciam feitos um pro outro, mas como todo bom Zé e Mazé iniciaram as brigas, várias brigas, os dois orgulhosos e de temperamentos difíceis brigavam por tudo, Zé e Mazé brigavam de manhã pra poderem ficar bem à tarde, ninguém os entendia, mas mesmo assim eram parceiros, amigos e amantes. Dane-se o mundo era o que Zé dizia quando ia pedir desculpar à Mazé, o tempo foi passando e o amor só aumenta as brigas também mas isso eles tiravam de letra, pois quando estavam juntos o mundo parecia parar. Dois anos se passaram até que Zé por não aguentar mais tudo aquilo e por ser casca de ferida decidiu dar um basta na relação, Mazé ficou mal não queria perder o amado mas ele firme e duro disse pra ela viver a sua vida que ele faria o mesmo. Então Mazé fez como dizia Zé e foi ai que ele percebeu que não podia mais ficar sem ela mas era tarde, agora o orgulho pairou sobre Mazé que irredutível dispensou Zé. O tempo passou mais uma vez e durante isso eles se viam, se amavam, se odiavam e se despediam. Um ano depois do fim do namoro Zé e Mazé ainda se amam a distancia, ele sempre vivo matava diariamente a morte que era a perda de seu amor e ela decidiu apenas viver. Nesse conflito ele aprendeu que ela, mais nova, precisa viver o que Zé já viveu em outros tempos, amadurecer. Mas Zé também amadurece com o passar do tempo, e durante essa evolução de ambos Zé que sempre amou viver temeu a vida pela primeira vez, pois descobriu que nessas idas e vindas do louco casal um dia ele e ela podem apenas ir sem jamais voltar, mas ao mesmo tempo pensa que isso é só mais um capítulo na vida que ele e Mazé construíram juntos, uma vida de amor, ódio, sorrisos, prantos e fé que só habita nos corações de Zé e Mazé.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Nem inocente, nem culpado.

Antes o quintal era meu mundo
hoje o mundo é meu quintal
Antes as mulheres eram inimigas
hoje ainda desconhecidas são companheiras indispensáveis
Antes os amigos moravam nas casas ao lado
hoje moram em outros bairros
Antes íamos no bar comprar balas e doces
hoje jogar sinuca, comprar cerveja e amendoim
Antes água com açúcar pra acalmar
hoje nicotina e destilados
Antes o sonho era ser adulto
hoje é continuar sonhando
Antes jogar bola e vídeo-game era o atrativo
hoje tocar violão e contar causos com os amigos
Antes a esquina era o limite
hoje nem sei se isso existe
Antes a dor vinha acompanhada de roxões e arranhões
hoje ela vem com palavras situações
Antes a única preocupação era brincar
hoje é cumprir as metas estabelecidas
Nessas mudanças perdi minha inocência
mas jamais me tornei culpado
pois os olhos de menino no corpo de homem
ainda vislumbram apaixonados os mergulhos da pipa
causados pelas mãos calejadas de um simples operário.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

MusicalMente

Minha vida
um milhão de video-clipes
um musical sem fim
um samba pra alegrar
um rock pra agitar
maracatu pra gastar as energias
mpb pra refletir
bregas pra sorrir
baladas para amar

A verdade é que estou sempre dançando
mesmo sem querer tenho que rebolar

Músicas pra fugir do mundo
pra acordar
pra dormir
pra acabar com a ira
as vezes nem sei cantar
e ai canto pra relembrar outras canções
um passarinho poliglota e desafinado.
Coração cifrado,
jamais com cifrão.

Músicas pra curtir a nostalgia
pra curtir a fossa
pra parar de pensar
Já fui do Pagode ao Trash-metal
mas hoje me distraio com um bom Punk
uma sequência em Fá diminuto,
Ré, Lá Sustenido e Mi maior
que simbolizada pra que eu a toque
pode ser representada com um grande FºDA#E!