terça-feira, 29 de setembro de 2009

A menina dos acasos...

Veio de longe
do alto do morro
desceu pro meu quintal
maracatuzando sua meninice
trançou olhares
bordou o infinito em tua retina
no seu universo me fez presa

Linda e de voz serena
soprou belezas em meus ouvidos
foram transes, foram hipnoses
delírios e devaneios
goteirou felicidade onde só havia pranto
eternizou cada momento
cavou e semeou reticências

Dama da noite
preencheu-me com teu aroma
suas mãos de pétalas me guiavam
na cadência de suspiros e prosas
me trouxe o ar pra mergulhar
me trouxe paz
e partiu...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Monólogo

Não bastasse a ingenuidade do saber,
seguem risos soprados com medo
rios de calafrios no instante em que o dia se faz, se acaba
segue a dislexia lendo a vida em notas frias, notas mortas
resta assim o medo da morte, escondendo-se na intensidade do viver, do não deixar pra amanhã...
Resta assim a incompreensão do lar, o descaso social, a vida sempre às margens...
Mas noite após noite o dia morre, levando com ele uma falsa sensação de vida.
Amanhecerá novamente, novos sonhos acordarão, novos medos, novas falhas no existir
O mundo continuará girando sua roda da fortuna, seu alavancar de caça-níquel
e eu... eu continuarei a monologar minhas meias verdades diante dessa mentira inteira, semearei sonhos mesmo que essas sementes só existam em mim.