segunda-feira, 24 de junho de 2013

Adeus Você

Quando partem as frações
o inteiro se refaz
novos algarismos
novos argumentos
Adeus você
que ruma
numa rota de fuga
silêncio

Meus argumentos são pulsações
segundo Daniel Fagundes:
A saudade é pedaço do passado
que não sei do meu presente

Quero então pro futuro
saudar os momentos felizes
os amores possíveis
passividade pra receber paz.

Adeus você
Que em lutas quase me derruba
mas busco
em caminhos profanos
revelações, profundidade

Mergulho também é sobrevoo
folego, suspiro
e minha voz, sou eu, vento, vendaval, maresia

Adeus você que em mim pousou
viveu, faleceu

Fotografia boa
é memória desbotada
sorrisos ecoando nas lembranças
sinfonias pra um novo amanhecer

E pra Zé Gê
o Recomeço é como o dia que anoite faz morrer
No entanto,
anarquista que sou
prefiro Belchiorar:
- Saia do meu caminho...

À sombra do passado
caminho assustado pela cegueira do presente
futuro certo é viver como quem viaja
por isso na vida passo clandestino
admirando passagens, paisagens
talvez girando, girando e  logo volte ao mesmo lugar
Onde tudo acaba, onde tudo começa

Pois num muro branco e baixo
num quintal onde luzia à infância
dois garotos ainda planejam o futuro...


sábado, 1 de junho de 2013

Mergulho

Me levou ao horizonte
teu sopro no pé do ouvido
tempestade dissonante

Labirinto gelado e pulsante
sem juízo, esquivo da razão
seja a paz insana idade

Da pele ao concreto
M´boi Mirim, em mim
Concerto em Si maior

Do chão pisado
Proletário
Minha riqueza: dignidade

Ver a cidade meu inverso
em peruibe ou no panamá
Piraporar

Rabiscar onde só eu leia
Cirandar só
Girar, criança, girar

Caminhar
unir versos
transar, trançar, falar

Ouvir o que me digo
Lento
leve, devagar

Passo-a-passo
Dia-a-dia
vivo devagar

recordações me levam
e num instante
me canta a memória

Divagando
um sorriso me abraça
me entrego a ti, mar.