sábado, 25 de julho de 2009

Um caldo servido à dois.

Quando o peito em chamas clama pela voz
palavras viram brasa, salpicadas de saliva
Dizer em versos, talvez o excesso
Aquecer os ouvidos
Desenhar com carvão o céu de cada boca
mar de estrelas borbulhando pensamentos, desejos
Então a língua quer ser caneta
pra passear no papel que é tua pele
pura e delicada
versejando prosa e possibilidade
na poesia do seu corpo e alma
Assim é ela, caneta, língua, bailarina
sonhando em deslizar no ardor de seus suspiros
cheios de dengo, de dendê
Me inspira o sabor do teu perfume
e na tua fumaça, delicio fantasias
que evaporam em meu olhar
lubrificando as janelas do meu mundo
Seu sorriso é fogo, incêndio, fogarél
fervendo meu coração, esse caldeirão de sentimentos
que parece estar sempre vazio
pois falta seu tempero, meu recheio de você
que almejo aconchegar na concha do meu abraço
e assim terminar essa receita rimada
pra matar minha fome de ter
com esse caldo de nós dois.

Um comentário:

Unknown disse...

Que coisa mais linda menino!
Parabéns!