Um olhar
fixo, vazio e cego.
Tudo olha,
nada vê.
A chorosa manhã
que divide sua dor
banha o chão
com ácido, beleza e torpor.
O Poeta está descrente
nem sua prosa presa
lhe parece verdadeira.
Pororóca de pensamentos
na panela de pressão do corpo.
A cabeça...
Vai explodir!
Sim!
Big-Bang versado,
corroendo os laços
encefalicos do homem.
Ressaca de letras
imagens e amores.
Vai fluir...
Vai lavar...
Pobre poeta
pincela como louco
vírgulas, acentos e pontos.
Quer exaurir-se pela ponta da caneta
e rebuscar novas verdades
vontades, dizeres e pensamentos.
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