quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Encontros e desencontros, a eterna construção de Zé e Mazé...


Foi numa troca de olhares que tudo começou, a timidez daqueles dois não escondia o desejo de se abraçarem. Sorriam por tudo e fitavam-se tentando disfarçar o recíproco interesse, até que durante a observação de retinas estagnaram-se por alguns segundos, que antecederam tudo o que estava por vir. Tornaram-se íntimos desde então, começaram uma conversa sem era nem bera, ele querendo passar-lhe a imagem de um rapaz sério e culto e ela apenas contendo sua timidez com sorrisos e frases curtas que raramente davam sequência ao assunto. Ele transpirava querendo tocá-la, ela o olhava e rapidamente desviava sua atenção ao chão, nesses longos minutos juntos ele fez júz a sua adolescência, arriscou uma cantada típica de um cara totalmente inesperiente: "E ai será que rola da gente ficá?" ela sem hesitar o respondeu com sua meiguice de menina enquanto balançava a cabeça positivamente: "Ah...Rola!" e assim aconteceu o primeiro beijo de Zé e Mazé, um beijo adocicado e puro que somente aquelas almas puderam sentir. Ele sem querer decidiu que ela seria sua princesa pro resto da vida e ela apenas achou legal ter beijado o tal Zé. Aquele domingo foi abençoado pra ele que na segunda decidiu encontra-la mesmo tendo que passar o dia todo sem comer nada, assim seguiu seus encontros até que no fim da mesma semana a gata lhe mostrou as garras pela primeira vez dizendo que era melhor parar por ali, o pobre Zé ficou desolado mas entendeu o desejo de sua Mazé. O tempo passou Zé decidiu viver, se apaixonou foi trabalhar queria esquecer Mazé e conseguiu até que o destino novamente os colocou no mesmo caminho, Mazé havia encontrado Zé numa lista qualquer e eles que há tempos não se viam decidiram se encontrar novamente. Foi num show de rock nacional em outro domingo à tarde que eles se reviram, mudados pelo tempo ele apresentava uma aparência semi-adulta e ela o ar adolescente de seus 15 anos. Se beijaram e sem ao menos se falar retomaram a velha história desta vez uma que não seria tão fácil de se perder, Zé estava vislumbrado com a beleza e sutileza de Mazé e ela um tanto decepcionada com a aparência do pobre rapaz. Ele decidiu que dessa vez não a perderia e então a batalha foi iniciada, Zé estava decidido a conquistá-la e durante alguns meses fez tudo o que pode pra que o inevitável acontecesse, ele já a amava e dizia que faria com que ela sentisse o mesmo. Foi num 7 de Setembro, dia da independência que o pedido foi feito e eles tornaram-se totalmente dependentes um do outro. Ainda com encontros as escondidas Zé disse pela primeira vez que a amava, Mazé novamente mostrou suas garras dizendo que não era recíproco aquele sentimento e a única coisa que conseguiu foi fazer o coração do seu amante pulsar mais forte impulsionado-o a conquistá-la. Sem saber iam firmando o alicerce de sua relação, a obrigatoriedade da reconquista. E assim foi, o amor pairou na vida de Zé e Mazé os amigos já sabiam dos dois e então decidiram que as famílias também deveriam saber, Zé mais uma vez teve que se provar corajoso pois precisava falar com o pai de sua amada e de todo comentário que ouvia sobre o tal homem nenhum era favorável aquele diálogo que teriam, mas ele foi num misto de coragem e medo e mais uma vez obteve vitória na sua saga ao lado de Mazé, o namoro estava aprovado. A felicidade era visível e contagiante os dois pareciam feitos um pro outro, mas como todo bom Zé e Mazé iniciaram as brigas, várias brigas, os dois orgulhosos e de temperamentos difíceis brigavam por tudo, Zé e Mazé brigavam de manhã pra poderem ficar bem à tarde, ninguém os entendia, mas mesmo assim eram parceiros, amigos e amantes. Dane-se o mundo era o que Zé dizia quando ia pedir desculpar à Mazé, o tempo foi passando e o amor só aumenta as brigas também mas isso eles tiravam de letra, pois quando estavam juntos o mundo parecia parar. Dois anos se passaram até que Zé por não aguentar mais tudo aquilo e por ser casca de ferida decidiu dar um basta na relação, Mazé ficou mal não queria perder o amado mas ele firme e duro disse pra ela viver a sua vida que ele faria o mesmo. Então Mazé fez como dizia Zé e foi ai que ele percebeu que não podia mais ficar sem ela mas era tarde, agora o orgulho pairou sobre Mazé que irredutível dispensou Zé. O tempo passou mais uma vez e durante isso eles se viam, se amavam, se odiavam e se despediam. Um ano depois do fim do namoro Zé e Mazé ainda se amam a distancia, ele sempre vivo matava diariamente a morte que era a perda de seu amor e ela decidiu apenas viver. Nesse conflito ele aprendeu que ela, mais nova, precisa viver o que Zé já viveu em outros tempos, amadurecer. Mas Zé também amadurece com o passar do tempo, e durante essa evolução de ambos Zé que sempre amou viver temeu a vida pela primeira vez, pois descobriu que nessas idas e vindas do louco casal um dia ele e ela podem apenas ir sem jamais voltar, mas ao mesmo tempo pensa que isso é só mais um capítulo na vida que ele e Mazé construíram juntos, uma vida de amor, ódio, sorrisos, prantos e fé que só habita nos corações de Zé e Mazé.

3 comentários:

Unknown disse...

André que história!
Cada dia me surpreendo mais com os seus textos.
Estou aqui admirada com esse relato, que talento!
Beijos

Ps: Vou apressar a campanha para a publicação do seu livro...rs

Unknown disse...

Lindoooo...
Além de lindo comovente e muito bem escrito!!!
Parabéns pelo talento e pela decicação!
Pois o talento sem ela não é nada, pois é deixada de lado e nunca vem à tona! Parabéns por fazer acontecer... só vc pode!!

Babi

Anônimo disse...

Flor de casca grossa e Casca grossa que parece Flor. Assim são, Zé e Mazé, amores eles, amores deles, amores também meus. VIDA boa! Tão cheia de dores, mas também de amores!