domingo, 27 de abril de 2008

Há muito...

Há muito desisti de insistir
de resistir ao que tende a vir
de engolir o choro pra poder sorrir

Há muito regorgito minha vã-filosofia
depois vomito nas paredes do meu quarto
que quase sempre são caladas e frias

Há muito não temo mais a lucidez
tão pouco inflamo minha maluquez
já não temo mais a morte
também não conto com a sorte

Há muito que quero sentir
toda a dor, todo calor, todo o sabor
quero caminhar descalço, sentir o asfalto
aposentar as chuteiras, não mais marcar

Há muito, com crase, sem H
com acento, minúsculo ou maiúsculo
Há muito me perdi quando
derepente, de te procurar desisti!

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