Um Verme repousa seu frígido tato
sobre a epiderme conturbada da vida
com seu ácido paladar ousa necrosar
o seio de tal amada
Esquece-se porém
que antes de seu vão contato
tal senhora tivéra gerado outros filhos
tão imponentes quanto esse vil ser
E como num fato grego
iniciam uma sangrenta batalha
ambos carregados de ideais
não se contentam em dividir
o carinho e a atenção da Eva atemporal
É a ópera do bem e o mau
da ilusão e o real
É o elo do ser e do ter
querendo tornar-se parede
É o épico cenário libertário
onde o livre tenta celar um chucro cavalo
esquecendo-se que tanto ele quanto o belo alazão
têm vontades e desejos próprios
É a plebe lutando contra o reinado
um conto sem heróis ou condenados
É o vivo que não deseja
por ser que seja, ser postumizado!
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